Reflexão

A FÉ NÃO CONSISTE NA IGNORÂNCIA, MAS NO CONHECIMENTO.
João Calvino

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

SEGUNDO MUNDI


UFAM realiza segunda edição do Mundi

alunos no mundi
Evento pretende estimular a discussão de ideias de contextos internacionais, além de despertar nos jovens a consciência social.

Os temas dos debates são abrangentes, vão da intervenção norte-americana no Iraque, em 2003, aos Direitos Humanos na África. As formalidades não surpreenderiam se as discussões fossem realizadas numa sessão do Senado Federal ou em uma Conferência das Nações Unidas. O diferencial está em que todos os debatedores são muito jovens, têm entre 17 e 23 anos, estão no ensino médio ou no início do curso universitário, mas demonstram sólidos conhecimentos de política internacional, têm argumentações convincentes e bom domínio da norma-padrão da língua portuguesa.
idealizadores do mundi
O Mundi surgiu da iniciativa de um grupo de estudantes que, ainda no ensino fundamental, sentiu a necessidade de se preocupar com problemas mais abrangentes do que a política e a economia locais. Eles desejavam abraçar o mundo e foram em busca disso. Lucas Arnaud é um dos idealizadores do projeto em Manaus. Ele tem 18 anos e cursa o primeiro período da Faculdade de Direito na Universidade do Estado Rio de Janeiro (UERJ). “É um projeto que existe há mais de um século. Aqui no Brasil, ele parece se concentrar na região Sudeste e eu e meus colegas percebemos que Manaus tinha uma demanda nessa área. Então, fomos conhecer o projeto de perto, na PUC do Rio de Janeiro, e resolvemos desenvolvê-lo aqui. Na época, estávamos no nono ano do ensino fundamental e recebemos muito incentivo do nosso professor de História, Charles Negreiros”.
daniela
O professor diz que os alunos são jovens de vanguarda. “Eles não sabiam que era impossível, por isso fizeram, por isso o evento ganhou toda essa relevância”, elogiou ele.
Outra idealizadora do projeto é Daniela León, que cursa o primeiro período de Direito na UFAM. Ela afirma que foi em busca da universidade para dar credibilidade à realização. “Nós recebemos todo o apoio do Professor de Direito Internacional Público, Adriano Fernandes. Na primeira edição, 62 pessoas se inscreveram e, este ano, tivemos mais que o dobro; foram 133 inscrições. A maioria das pessoas ficou sabendo do evento pelas redes sociais e ia direto se inscrever no site da UFAM”, destaca ela.
Os números demonstram o sucesso do projeto e o comprometimento dos jovens com o futuro do planeta. Iuri Albuquerque e Irma Csasznik  são alunos do terceiro ano do ensino médio e ficaram com a responsabilidade de representar o Haiti no debate sobre a permanência das tropas da Minustah em solo haitiano. Iuri destaca que estudou muito para expor a opinião da dupla de que a Minustah (tropas que supostamente visam à estabilização do Haiti) deve permanecer no Haiti. Ele acredita que o país em questão ainda não suporta os problemas internos sem o auxílio das tropas. “Mas é difícil convencer os representantes do Reino Unido, que dizem que a permanência das tropas vila os direitos humanos.”

irma e iuri
Irma diz que se interessou pela atualidade do tema e pelo assunto envolver ações voluntárias da ONU. “Foram pelo menos três semanas para ler o guia de estudos. Mas não nos limitamos a ele e lemos tudo o que se relacionasse ao assunto. O melhor de tudo é que aqui nós desenvolvemos nossa criticidade e deixamos de pensar que temas de âmbito internacional não interferem na nossa vida política, econômica e social.
guias de estudos 120

A Conferência Mundi ocorre na Faculdade de Direito da UFAM até esta quinta-feira, 6 de setembro.

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