Reflexão

A FÉ NÃO CONSISTE NA IGNORÂNCIA, MAS NO CONHECIMENTO.
João Calvino

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Para os "sem-tempo"

Deus é impressionante!
A singeleza do relato de Gênesis sugere uma proximidade do Criador e da criatura que, hoje, sequer podemos imaginar. O "passeio" de Deus na viração do dia atesta o fato. Mais impressionante ainda é que em um dia, tristemente especial, a criatura não teve tempo.
Seu tempo agora era o tempo do pecado, da vergonha e do medo. Tempo de se esconder... Pois não foi assim que Adão respondeu: "Tive medo e me escondi"? A escolha de desobedecer trouxe todo o tipo de desordem, inclusive a do tempo. A criatura não tem mais tempo para Deus!
Não obstante, Deus - pasme você! - tem tempo para o ser humano. Foi Deus quem procurou o decaído, perdido e desobediente, entre os arbustos do jardim... E também foi Deus quem procurou a todos nós, decaídos, perdidos e desobediente, na cruz do Calvário. Ele teve tempo, e na plenitude do tempo (Gal. 4.4) Ele veio ao mundo para fazer o que a humanidade, sem tempo - e sem condição, convenhamos - não podia e não queria, não pode e não quer fazer: salvar.
Dessa expressão de amor, a Eternidade entrou na finitude do tempo, para que aqueles dominados pela tirania do tempo pudessem ser livres para pensar, ver, experimentar a eternidade. Pois a fé requer do fiel que andemos nesse mundo do finito que se vê, mas olhando para a eternidade. Pois o que se vê é temporal, mas o que não se vê é eterno.
Portanto, quando dissermos que não temos tempo para Deus, aproveitemos e indaguemos a nós mesmos: para onde estamos olhando? O que estamos priorizando? O que nos ocupa tanto? E - aterrador, mas necessário - recordemos a primeira vez que o homem não teve tempo para Deus. Pois quem não conhece a história está condenado a repeti-la...
De quem é o seu tempo?

S. D. G.

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